Ementas dos Simpósios

ESTUDOS LINGUÍSTICOS



01. ANÁLISE LINGUISTICA EM TEXTOS DE DIVULGAÇÃO MIDIÁTICA

MAURO MARCELO BERTÉ

É inquestionável o franco declínio dos suplementos jornalísticos dirigidos por grandes intelectuais. Hoje o crítico de formação não atende às demandas de consumo cultural de massa. A crítica de literatura, por exemplo, está largamente confiada à direção de jovens jornalistas pertencentes à geração dos diplomados pelas faculdades de comunicação, que naturalmente optou pela expressão jornalismo cultural. Essa tendência reflete a assimilação dos conceitos de indústria cultural ou de cultura de massa que competem invariavelmente com a hegemonia acadêmica. Entender o lugar de fala dessa crítica não acadêmica torna-se fundamental e é campo profícuo para os estudos linguísticos, desde o estudo do ethos desse enunciador, passando pelas formações discursivas desse grupo, suas linhas argumentativas até o estudo do gênero praticado. Nesse sentido, minha contribuição para uma análise preliminar da atual crítica de literatura praticada no Brasil parte, primeiramente, do estudo dos gêneros, tipologias e gêneros do discurso de informação midiática, e da observação exploratória dos padrões de texto utilizados em revistas de circulação nacional, ações suficientes para a exposição de alguns dados preliminares. Logo, este simpósio pretende agrupar trabalhos finalizados ou em andamento que resultam também de pesquisas com texto de divulgação midiática, jornalísticos a publicitários, que envolvam não necessariamente análise de corpus, mas que tenham nesses textos seu foco de análise.



02. VARIAÇÃO E MUDANÇA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

ANTONIO LUIZ GUBERT

A premissa básica deste simpósio é a de a língua não é homogênea e é constituída socialmente, por meio das relações de interação entre os usuários, que se inserem em comunidades de fala. A proposta deste simpósio é a de apresentar e discutir trabalhos relativos à variação e/ou mudança linguística no Português Brasileiro, nos diferentes níveis de língua falada ou escrita (nível fonético, morfossintático, vocabular, etc.). Serão aceitos para apresentação trabalhos que tomem a língua tanto na perspectiva sincrônica como diacrônica, assim como trabalhos de qualquer uma das diferentes abordagens teóricas existentes na área. Pesquisas relacionadas aos fatores que podem interferir na língua são bem-vindas, abordando temas como: heranças de línguas dos povos colonizadores, línguas em situações de contato, diferentes usos da língua nos fatores sociais (escolaridade, sexo, idade dos usuários), dentre outros. A apresentação dos trabalhos será importante para a socialização das pesquisas realizadas nos diferentes centros acadêmicos da região, possibilitando a ampliação dos conhecimentos relativos à área e apontando carências científicas que ainda persistam com relação à descrição das variedades do Português Brasileiro.



03. O LEGAL É “LEGAL”: APÓS UMA DÉCADA DAS DIRETRIZES CURRICULARES, QUE CURSO DE LETRAS QUEREMOS?

DAVID JOSÉ DE ANDRADE SILVA

O Brasil vive um momento histórico no processo de expansão de educação universitária, tecnológica e técnica, principalmente pela postura do Governo Federal pós-era Lula de tomar para si a frente dos rumos do ensino brasileiro. O estado do Paraná, por exemplo, foi contemplado com: um novo campus da UFPR (Setor Litoral de Matinhos); a conversão do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR) em Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) com a inclusão de novos campi; a criação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) em Foz do Iguaçu; a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) com os campi de Realeza e Laranjeiras do Sul; e o desmembramento da Escola Técnica Federal da UFPR (ETUFPR) para transforma-se em Instituto Federal do Paraná (IFPR), com 14 campi (sendo um em Paranaguá). Neste contexto, muitas dessas universidades e institutos recém-criados contemplaram os cursos de formação de docentes no rol de oferta de vagas públicas para atender a demanda de professores na Educação Básica e, consequentemente, o curso de Letras está incluso. No entanto, ao verificar superficialmente a estrutura curricular dos cursos em várias instituições, pouco avanço se percebe nos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC), apesar do amparo e estímulo legal das legislações pós-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), tais como as Diretrizes Curriculares para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica em Cursos de Nível Superior (Parecer CNE/CP n°9 de 08 de maio de 2001 e Parecer CNE/CP n°21 de 6 de agosto de 2001) e as Diretrizes do Curso de Letras (Parecer CNE/CES n°492, de 3 de abril de 2001). O presente simpósio pretende lançar a discussão sobre o curso de Letras, focado nas licenciaturas, à luz da legislação vigente e provocar reflexões propositivas em busca de mudanças no curso para atender às demandas sociais atuais.



04. A QUESTÃO DA SIGNIFICAÇÃO

SELMO RIBEIRO FIGUEIREDO JUNIOR

Admitem-se trabalhos que tratem: (i) do ‘significado da sentença’ (referente ao literal); (ii) do ‘significado da elocução’ (ref. à sensibilidade contextual a potencialmente afetar o significado do enunciado); e (iii) do ‘significado do falante’ (ref. à intenção comunicativa do falante). Os estudos podem tomar esses pontos dos seguintes modos: (a) de modo individualizado ou (b) articulando-os. Por exemplo, tratamentos semânticos formais normalmente se ligam à perspectiva (a) em relação a (i). Análises discursivas que evocam a situação de enunciação tendem a privilegiar (ii), mas sob o ponto de vista de (b), visto que também consideram (i) nas reflexões. Investigações pragmáticas se posicionam, com frequência, na posição (b) e elegem (i), (ii) e sobretudo (iii) como entidades relevantes à compreensão da comunicação humana. Também estará aberto o recebimento de propostas de contribuição às discussões sobre o chamado ‘significado do pensador’ (thinker’s meaning), entidade que está fora de propósitos comunicacionais — propósitos estes pressupostos em (i), (ii) e (iii) —  mas servindo a ações linguísticas mentais (como as que se observam no lembrar, no inferir, no implicar, nos cálculos), o que habilita por exemplo as abordagens psicopragmáticas e a filosofia da mente.



05. ENTIDADES NÃO EXCLUSIVAMENTE LINGUÍSTICAS: FACES E INTERFACES

GUIDA FERNANDA P BITTENCOURT

Os estudos linguísticos cada vez mais se interessam teoricamente pelas entidades não exclusivamente linguísticas relacionadas à língua. A pragmática, por exemplo, se ocupa em olhar para o uso da língua pelo falante e as intenções comunicativas; a pragmático-semântica, tendo Ducrot como representante, pensa o enunciado como informante para a fonte da enunciação, propondo a diferenciação entre locutor (assumindo ‘L’ como ficção discursiva e ‘λ’ como ser do mundo) e enunciador (‘E’), e, não com o fim de esgotar as explorações teóricas; a linguística da enunciação de Benveniste que trabalha – entre outras coisas - com a inscrição enunciativa de um eu/tu.
As interfaces também ganham relevo quando se discute o sujeito em relação com a língua: a visada de orientação goffmaniana observa o interactante para além dos elementos linguísticos postos em cena; a análise do discurso francesa pensa o sujeito do discurso cindido e atravessado pelas ideologias, cujo ethos (um construto que remonta à retórica clássica) pode ser um dado prévio ou discursivo.
Este simpósio, portanto, objetiva discutir, sob o ponto de vista de diferentes teorias, os entes relacionados à língua e as entidades discursivas que os abrigam, recebendo trabalhos que contribuam na discussão atual acerca de falante, interactante, locutor, sujeito do discurso, ethos e enunciador.



06. A PRAGMÁTICA NOSSA DE CADA DIA

ELENA GODOI

Este Simpósio discutirá a origem, os principais argumentos e os aspectos transdisciplinares da abordagem pragmática relevante-teórica da comunicação humana.  Para tanto, evidenciando o caráter cognitivo da teoria, buscaremos lançar luz às seguintes questões: Qual é o status atual da Teoria da Relevância e como ela se  articula com outros campos do saber? Quais são os limites da Teoria e seus problemas? Como uma teoria cognitiva se encaixa em áreas do saber diferentes da Linguística, cumprindo a função de explicar o comportamento linguístico humano?
Será discutido, portanto, o papel da Teoria da Relevância na vinculação de várias áreas do saber e da atuação social, tais como Comunicação Social, Psicologia Organizacional, Administração, Economia, Artes, Estudos Literários e Tradução. Argumentaremos que tal teoria, de forte viés cognitivo e evolucionista pode se aplicar aos estudos da comunicação humana em diversas áreas, não ficando restrita à Pragmática e sendo catalisadora na interface da Linguística com outras disciplinas que envolvem o comportamento do ser humano.



07. REFLEXÕES E DEBATES SOBRE A LINGUÍSTICA DE TEXTO

DANIELA ZIMMERMANN MACHADO; LÍLIA SCHAINIUKA

Considerando a passagem de Marcuschi (2008) “A Linguística Textual pode ser definida como o estudo das operações linguísticas, discursivas e cognitivas reguladoras e controladoras da produção, construção e processamento de textos escritos ou orais em contextos naturais de uso” (p.73), pretendemos, neste simpósio, reunir trabalhos que tenham como foco o estudo do texto, considerando as mais diversas possibilidades de observação dos fenômenos da textualidade. Entendemos o texto não como um produto acabado, mas como um processo, que envolve interlocutores inseridos em contextos de interação. As contribuições/intervenções para a discussão proposta podem privilegiar os mais diversos fenômenos textuais: gêneros textuais, sequências textuais, aspectos lexicais, referenciação, conectores, vozes dialógicas, coerência, entre outros. A ideia é promover uma discussão tanto de relatos de pesquisa, em andamento ou concluídas, quanto de análises que tratem dos conceitos de texto e de textualidade, considerando as habilidades de leitura/interpretabilidade e de escrita. Importante se faz trabalhar o texto e suas possíveis intervenções e contribuições no campo da Linguística e do ensino de Língua Portuguesa




08. MEMÓRIA, LEITURAS DO OUTRO E EXCLUSÃO: ASPECTOS DO DISCURSO

JUSLAINE DE FÁTIMA ABREU NOGUEIRA E BEATRIZ AVILA VASCONCELOS

O presente simpósio pretende congregar trabalhos de orientações teóricas diversas que se proponham a refletir sobre o papel desempenhado pela linguagem na constituição dos sujeitos em diferentes contextos discursivos, abordando, entre outros, desde as narrativas memoriais e a construção íntima de uma imagem de si aos discursos escolares e midiáticos, que afirmam as identidades sociais em macro-escala . A ideia é avaliar, em sentido amplo, a responsabilidade da linguagem na construção de fronteiras entre o eu e o outro, entre o normal e o anormal, entre o igual e o diferente, entre o dentro e o fora, entre o existente e o inexistente, bem como pensar sobre possibilidades que a própria linguagem também oferece de atravessar estas fronteiras sociais e criar uma permeabilidade entre elas. A natureza deste simpósio é ela mesma uma tentativa de abrir uma passagem na fronteira entre os estudos da linguagem e outras áreas do saber – como a antropologia, a história, a sociologia, a filosofia, a psicanálise, entre outras – com o fim de compreender que o trabalho com a linguagem implica necessariamente lidar com as realidades sociais e culturais das quais essa mesma linguagem faz parte.



09. GÊNEROS TEXTUAIS E O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA: PRÁTICAS E REVISÕES CRÍTICAS EM DEBATE.

PAOLA SCHEIFER

Este simpósio é proposto com a finalidade de agregar trabalhos que discutam questões relacionadas ao ensino-aprendizagem de língua materna, considerando o seu uso e funcionamento sob a forma de diferentes gêneros textuais. Vistos, aqui, em sua relação com as práticas sociais em que estão inseridos, bem como com os aspectos cognitivos, interesses, relações de poder, tecnologias e atividades discursivas que perpassam o interior de uma cultura, tais gêneros não assumem formas estáticas ou puras, mas variam, flexibilizando-se e modalizando-se dinamicamente, conforme a variedade de atividades exercidas pelo humano em seu cotidiano (MARCUSCHI, 2005). Compreende-se que a operação com um determinado gênero conduz não apenas a um exercício de produção textual, mas a um modo de atuação sócio-discursiva em uma determinada cultura. Nesse sentido, o ensino de Língua Portuguesa, conforme as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008), deve promover práticas de uso da língua - leitura, oralidade e escrita – que garantam ao sujeito a possibilidade de inserção em diferentes práticas discursivas, de modo a posicionar-se e a interagir com as exigências da sociedade, levando-o a imprimir sua voz nesse contexto. Ressalta-se que, além dos textos escritos e falados, as DCEs preveem, também, a abrangência das múltiplas linguagens evocadas pelo cinema, artes visuais, música, fotografia, televisão, rádio, quadrinhos, charges, etc. No intuito de oferecer visibilidade às práticas desenvolvidas em contexto escolar, este simpósio encontra-se aberto a acadêmicos ligados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), a acadêmicos com experiências em estágios de docência e a professores da educação básica, que desenvolvem ou já desenvolveram o PDE. Pressupõe-se, nos trabalhos apresentados, a articulação dos objetivos traçados aos resultados obtidos a partir as diferentes  metodologias empregadas para o aprimoramento do ensino-aprendizagem de língua materna, assim como uma revisão crítica desse processo, à luz de diferentes linhas teóricas.





ESTUDOS LITERÁRIOS



10. TEORIAS DA LEITURA E DE FORMAÇÃO DO LEITOR

EVANIR PAVLOSKI

A leitura representa não apenas um caminho para a aquisição de conhecimento, aperfeiçoamento da linguagem e catarse, mas também uma parte integrante da formação de indivíduos dotados de senso crítico e princípios éticos. Entretanto, dados estatísticos revelam problemas crônicos no Brasil no que se refere à leitura, como por exemplo, deficiências no processo formal de alfabetização e o analfabetismo funcional. Para além da esfera política, tais problemas podem ser também enfrentados por meio de uma consciência mais plena do processo da leitura como um todo: suas dimensões, as inferências e as expectativas envolvidas na leitura de diferentes gêneros textuais, a estrutura composicional que forma a tessitura dos textos e as diferentes etapas que compõem o processo de desenvolvimento da capacidade de leitura dos sujeitos. Diante disso, o presente simpósio objetiva reunir pesquisadores, acadêmicos e outros interessados no estudo das teorias da leitura, tanto em suas linhas formalistas quanto historicistas. Ao longo das discussões, pretendemos manter como horizonte de referência e direcionamento os desafios da formação de leitores no Brasil e as possíveis soluções oferecidas pelas teorias da recepção.



11. QUESTÕES DA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

ANA BEATRIZ MATTE BRAUN E RICARDO LUIZ PEDROSA ALVES

Conforme apontado por Beatriz Resende, a produção literária brasileira contemporânea constitui-se como anti-hegemônica, múltipla em formas, linguagem e temas, implicando em uma fragmentação da matéria e do discurso. Consolida-se, a partir da década de 80, a crise do sujeito moderno que se delineava desde os anos 60. Ou seja, a literatura passa a absorver as contradições entre o moderno e contemporâneo, articulando forma e conteúdo de maneira a absorver o impacto dos questionamentos identitários. Este simpósio, portanto, abre espaço para trabalhos que busquem refletir a respeito da produção dos poetas e ficcionistas brasileiros dos últimos 30 anos – de modo a discutir a (des)construção dos processos estéticos e sociais que vêm se efetuando nas últimas décadas. A representação do espaço (prioritariamente urbano, caótico e distópico), o diálogo com a História oficial operado pelos romances históricos, a instabilidade da voz na poesia, a mercantilização da arte, ou, ainda, a narrativização da lírica e a miniaturização da narrativa (apontados por Flora Sussekind) são questões que nos interessam. Além disso, na medida em que se dissolve a centralidade do cânone, as experiências contemporâneas parecem abdicar tanto da voz grupal (a extinção dos movimentos na poesia), como das pretensões formais racionalistas, optando por soluções como o fragmento, o rascunho, o inacabamento, revelando não uma precariedade formal (uma incompetência), mas uma sensibilidade acentuada para uma situação de crise de forma, como propõe Marcos Siscar. Assim, perguntamo-nos: ainda faz sentido falar de articulação entre experiência e experimentação? Como a produção literária contemporânea se articula em meio ao apagamento das assinaturas, tensionada com o que se chamava de estilo de um autor? Assistimos hoje a uma dissolução da polarização ideológica?



12. ROMANCES EM LÍNGUA PORTUGUESA E O "PERMANENTE RUÍDO A SUA VOLTA"

ROSANA APOLONIA HARMUCH

Este simpósio abriga estudos a respeito de romances produzidos originalmente em língua portuguesa, assim como as relações entre essas produções com a teoria e a crítica literárias. Contempla, também, estudos que aproximam o romance de outras artes, em especial, do cinema.



13. ROÇANDO A LÍNGUA DE CAMÕES: ESTUDOS DE LITERATURA PORTUGUESA

CRISTIAN PAGOTO

O que Ícaro e os portugueses têm em comum? Ambos sonharam aventuras maiores do que eles. Já Camões em Os Lusíadas proferiu: “Oh! Maldito o primeiro que no mundo, Nas ondas vela pôs em seco lenho!”, amaldiçoando o primeiro homem que ousou enfrentar o mar. Portugal fora durante o século XVI um povo que navegou pelos mares, deixando atrás de si um mundo e arrastando consigo toda a Europa. Da glória expansionista, o que restou aos portugueses? Talvez a nostalgia. No século XX, a nação portuguesa parece reviver saudosamente o passado épico, ecos deste sentimento faz-se ouvir em Fernando Pessoa: “O mar sem fim é português”, mas o porto está “sempre por achar”. Entre a formação, a expansão e a decadência do império português, quais as imagens e espaços literários que se formaram? Este simpósio busca refletir sobre tais temas e aceitará trabalhos que versem sobre estas diferentes épocas históricas e sobre diferentes temas da cultura e identidade portuguesas.


16. REFLEXÕES SOBRE A VIOLÊNCIA E A SEXUALIDADE NA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA


MOACIR DALLA PALMA


O objetivo deste simpósio é discutir as formas de representação da violência e/ou da sexualidade na Literatura Brasileira Contemporânea. Nesse sentido, parte-se da concepção de que os autores brasileiros contemporâneos apresentam a violência nas relações interpessoais das personagens, especialmente nas formas mais violentas de expressão. Assim, pensa-se que a sexualidade tem papel fundamental no desencadeamento da violência, pois é quase sempre uma violência do corpo. Por isso, partindo do princípio freudiano de que o instinto de destruição, ou de morte, e o instinto sexual, ou de vida, são os mais potentes no indivíduo, porque visam a autopreservação, entende-se que a sexualidade está diretamente vinculada às questões da violência humana. Evidencia-se, portanto, que aqui a violência e a sexualidade são entendidas como parte integrante dos instintos mais primitivos do homem, os quais foram reprimidos pela racionalização da vida civilizada, mas continuam sendo a maior fonte de prazer para o ser humano. Sendo assim, não se pode deixar de pensar nas questões culturais da Pós-Modernidade, dentre elas a valorização do impulso em detrimento da racionalidade, com o fim de incentivar o consumo, caracterizando-o como fonte de prazer. Isso, juntamente às outras questões, que também precisam ser discutidas, gerou indivíduos descentrados porque não encontram valores fixos para usarem como base de condução da vida. Tal circunstância conduz, então, a situações de busca da satisfação a qualquer custo, porque o indivíduo está em constante frustração por perceber que seus desejos raramente são realizados. Como se vê, este simpósio visa levantar discussões acerca destes dois temas, íntimos da sociedade brasileira da contemporaneidade e, por isso, constantes na narrativa brasileira contemporânea.

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA



14. A GRAMÁTICA NAS AULAS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA - O FOCO NA FORMA COMO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

ELISA NOVASKI CORDEIRO

Este simpósio busca destacar a importância do estudo da forma na aula de língua estrangeira. Porém, não sob o olhar da gramática tradicional, de tradução e memorização de estruturas e regras linguísticas somente, mas sob o olhar do Foco na Forma (FonF). Para tanto, faz-se um pequeno histórico com o objetivo de situar a gramática dentro de diferentes abordagens de ensino de línguas estrangeiras. A partir desta retrospectiva, situa-se o surgimento do FonF e a motivação para sua criação. Na visão deste enfoque, a gramática é entendida sob a visão de processo, visão esta que resulta de uma compreensão ampliada da gramática, que vai além de um conjunto de estruturas para uma visão mais completa, que abarca aspectos lexicais, fonológicos, semânticos, pragmáticos e discursivos. A gramática é compreendida, portanto, como o meio pelo qual criamos significados. O FonF, portanto, tem como objetivo primeiro a formação do sentido e, decorrente desta construção de sentido resultam as possíveis incursões na forma, originadas a partir das próprias dúvidas trazidas pelos alunos. Para finalizar, apresentamos uma sequência didática baseada nos princípios do FonF.



15. O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA NO BRASIL: NA UNIVERSIDADE E NA ESCOLA – COMO ENSINAR ESPANHOL?

DANIELA TEREZINHA ESTECHE MACIEL
Este simpósio tem como objetivo discutir o ensino de língua espanhola no Brasil, principalmente a partir da sanção da Lei nº 11.161/2005 que prevê a obrigatoriedade de ensino de espanhol em todos os estabelecimentos que ofertam ensino médio, em um prazo previsto de cinco anos, contando da data de promulgação da referida Lei. Tomando como parâmetro que este prazo já se findou e as expectativas para com o ensino de língua espanhola, propõe-se levantar alguns questionamentos, entre os quais: formação inicial dos professores nas universidades; campo de atuação para os graduados (recém formados) nas escolas públicas e/ou privadas e o espanhol no ensino regular; a formação continuada para os professores e ainda como ensinar espanhol de forma a contemplar as regulamentações que permeiam um ensino de línguas estrangeiras (LE) de qualidade. Espera-se que as discussões possam contribuir para que o ensino de LE, em específico, o ensino de língua espanhola, seja de qualidade nos diferentes contextos que permeiam os estabelecimentos de ensino, valorizando a formação inicial de continuada de professores para a construção de uma identidade docente reflexiva.